Imaginemos por um instante que sou somente uma mão. Imaginemos também, que a minha vida não passa simplesmente de um bloco apoiado numa mesa. A vida, por ser isso mesmo, só anda para a frente e por mais que tentemos não voltará às coordenadas pelas quais já passou. Hoje conclui algo que me assustou. Qualquer pessoa cuja vida decorra no seu ciclo normal, toca no seu cubo de trás para a frente, fazendo avançar o mesmo procurando novos espaços e tentando sempre vencer o atrito criado no desenrolar do movimento. Ora eu, ao longo dos últimos tempos, apercebi-me que tenho tocado no meu cubo de cima para baixo criando cada vez mais resistência ao seu percurso normal. Agarrado ao passado, faço força para que o cubo fique sempre no mesmo sitio. Mas ele nunca voltará atrás. Além de não voltar ao passado, comprometo o futuro porque estagnar é morrer. Sei agora que o meu bloco tem que andar para a frente, ora com mais ora com menos atrito e sei que a minha força bem aplicada mais forças externas não inerciais farão não só com que o movimento seja facilitado mas com que o meu cubo ganhe uma cor especial.
Imaginemos por momentos... que um dia o meu bloco não parará =)
(Obrigado ao Daniel por me fazer perceber que há atritos com os quais não nos devemos preocupar e dedicar tempo)