O meu tema do texto de hoje é algo diferente do que costumo postar mas é no entanto algo que convive de muito perto comigo. Desde há alguns anos procuro pensar e descobrir o que é realmente para mim a vida e que significado tem estarmos nesta realidade tão difícil de compreender e explicar.
Em última instância, esta explicação é dada pela religião que no meu caso representou um crescimento a acompanhar o catolicismo que se baseia nas escrituras bíblicas. Como é de conhecimento geral, esta religião é a principal orientação do mundo ocidental, representa em muitos casos a luz e a salvação para uma vida cheia de dificuldades.
Sou inegavelmente um ser espiritual mas que não se confunda isto com religião. Hoje apresento-me contra a igreja e tudo o que ela representa e é algo fundamentado.
Em 1537, Nicolau Copérnico, físico e matemático polaco, apresentou a sua teoria Heliocêntrica que desenvolveu e estudou durante cerca de 30 anos e onde afirmava que o Sol era o centro do Universo (ao que era conhecido na altura). Obviamente este resultado representou uma ameaça para a igreja que sempre defendera que a Terra, criação divina, não mereceria menos que o lugar central em tudo o que existe. Visto isto, Copérnico foi "convidado" a rever os seus estudos sob a ameaça de ser punido violentamente.
Em 1630 outro ilustre físico, Galileu Galilei reviu os estudos de Copérnico e provou matematicamente no livro Dialogo sopra i due massimi sistemi del mondo, que Copérnico estava certo e que o Sol era de facto o centro do Universo conhecido até então. Tal como fez com Copérnico, Galileu foi convidado a rever a sua teoria pelo clero da altura, convite que foi recusado pelo mesmo e lhe valeu a condenação à morte por heresia. Em 1997, mais de 360 anos depois, após o inicio do estudo da mecânica quântica, da teoria da relatividade de Einstein, da viagem do Homem a Lua e todos os grandes feitos científicos, a igreja admitiu que Galileu foi injustamente acusado. Este atraso é o espelho da mentalidade atrasada e retrograda da igreja como instituição. A mesma igreja que se veste de ouro enquanto milhões passam fome e que critica o uso do preservativo como método contraceptivo.
Mais ainda há a dizer, sobre o livro que funciona como linha condutora de toda esta fé cega. Primeiro é notório que a sua escrita está mais próximo da fantasia que da realidade e segundo a sua interpretação devera ser algo subjectivo e não verdades absolutas que devem ser seguidas à risca. Veja-se o exemplo de como a bíblia analisa a ressurreição. A maioria das pessoas não sabe que a bíblia foi editada centenas de vezes até ter a forma da actualidade, onde reis e papas a reescreveram para que servisse os seus propósitos mais obscuros. Veja-se o caso do imperador bizantino Justiniano (483-565 DC) que incentivado pela sua mulher Teodora, removeu qualquer referência original à ressurreição e à alma admitindo que após a morte, apenas o descanso eterno existe (longe do afirmado pelas originais profecias de Cristo). Este é apenas um exemplo que os pilares da Igreja como instituição são obscuros, não originais e fantasiosos conduzindo os seus crentes em massa através do medo e utilizando ferramentas criadas ao seu belo prazer.
Mais uma vez não confundamos as leis dos homens com as do Universo (ou Deus se assim lhe quiserem chamar) porque nessas acredito inteiramente.
Cumps
AMC