domingo, setembro 02, 2012


Vale o mesmo comentário incluido com a Nothing Else Matters. Fica aqui a Fade to Black, provavelmente das melhores musicas de sempre.
PS: Para ouvir tenho que adicionar-vos no youtube. O video esta privado.


Parece que foi filmado por uma batata. Não foi, mas quase. Com a webcam e micro do portátil não dá para fazer muito mais. Por motivos que desconheço, o gravador de audio adultera e omite a frequência de algumas notas pelo que, o vídeo não corresponde ao som real.

Ainda assim, enjoy!

Nothing else matters, dos Metallica.

segunda-feira, agosto 06, 2012

1 - Um pequeno grande caos!

         Estava sentado no quarto com os pés em cima da secretária. Com um cigarro numa mão, uma cerveja na outra, escorregava preguiçosamente pela cadeira. Não era a primeira cerveja, nem sequer a segunda e as latas amontoavam-se em pilha pela mesa. Ainda em boxers, cumpria este ritual pelas manhãs que não eram manhãs mas o momento em que se cansava de estar na cama.
          Deitada, uma de tantas mulheres disponíveis a provar o seu apetite sexual. Procuravam nele o contorno dos seus ombros e abdominais. Não sabiam o seu nome, idade ou história pessoal. Não interessava.
          Os seus olhos estavam vazios, sem vida. Viajava à velocidade da luz fora do corpo, viagem ligeiramente interrompida por largos golos de cerveja e profundas inalações de fumo.
          O quarto reflectia a vida em que tinha mergulhado. As latas de cerveja eram movimentadas apenas para encontrar espaço para uma homónima já vazia. No chão, as cinzas tinham já ligeiramente criado uma fina película em seu redor misturando-se com o pó do soalho. A roupa suja amontoava-se por qualquer canto do quarto misturando-se muitas vezes com roupa lavada mas engelhada fruto da falta de cuidado com os seus bens. As paredes, inicialmente pintadas de branco, eram já um misto de humidade, buracos e uma ou outra aranha que consigo dividia a casa. O seu quarto seria sem duvida um modelo perfeito da teoria do caos, onde ele estava no centro e nada parecia importar.
          O seu nome? Anthony. A figura principal da sua própria existência.
                                                                         ...

segunda-feira, julho 09, 2012

Dançamos uma valsa colorida
Lideravas os movimentos
E em todos os momentos
Eras tu a nossa vida.

Arrastei-me, voei e pisei
Sempre fui um grande pé duro
Fingi não ver o muro
Ainda assim, tentei.

Não sou de dançar mas de tocar
E enquanto dançávamos, perdi-me
Parei-me, cedi-me.
Deixei de dançar.

Entramos em combate
Culpaste-me, vitimizaste-te
Espalhaste a doçura, conquistas-te
Enquanto fiquei com a pior parte

Para alem dos teus sorrisos
Sei-te na tua plenitude
Contigo tens a atitude
Mas são falsos os paraísos.

Fechei a porta, sem olhar
À minha procura de novo
Estou de volta a remar
Por aqueles que me movo.

sexta-feira, maio 18, 2012

Viver e não sobreviver

Existe algo muito presente nos dias de hoje que me custa perceber que é esta emergente característica da sociedade em sobreviver ao longo da vida.
Cada vez mais me cruzo com pessoas sem o interesse de descobrirem o que é a vida e sem a vontade de aprender e tornarem-se melhores. Hoje em dia faz-se o que se pode, fazem-se os biscates, faz-se o que tem que ser e não o que se gosta. Hoje em dia está-se demasiado ocupado a cultivar o capital e muito pouco a cultivar a alma e o coração, muito pouco tempo a cultivar a relação connosco e com o mundo que nos rodeia (a Natureza, as pessoas, o desconhecido).
Perdoem-me se sou directo ou se o que digo vos parece desenquadrado mas a vida não deveria ser isso! Ao olhar para trás o que fica para quem vive sem tentar levar o melhor desta existência? Não sabemos o que somos, de onde viemos e para onde vamos, não deveríamos aproveitar melhor a vida com que fomos presenteados?
Não sou nem nunca serei exemplo para ninguém  mas não me canso de tentar aprender um pouco a cada dia que passa. Observar, entender e estudar o possível nesta existência, fazer o que gosto do fundo do coração, procurar a satisfação plena!

domingo, maio 13, 2012

Por vezes sinto o medo
De uma clara incerteza
Não posso fazer nada além de me perguntar por quanto tempo
Vou deixar este medo pegar no volante e conduzir

Já me guiou antes,
E parece ter uma vontade
De querer voltar outra vez,
Mas ultimamente tenho começado a achar que
Deveria ser quem está por trás do volante

O que quer que o amanhã traga, estarei lá
Com os braços abertos e os olhos abertos, sim.
O que quer que o amanhã traga, eu estarei lá
Eu estarei lá

Então se decidisse renunciar à minha chance
de ser mais um na colmeia?
Eu escolheria água ao invés de vinho
e assumiria conduziria?

Já me guiou antes
e parece que é assim
Que todo mundo age
Mas ultimamente tenho começado a achar que
Quando me conduzo a minha luz aparece

O que quer que o amanhã traga, estarei lá
Com os braços abertos e os olhos abertos, sim.
O que quer que o amanhã traga, eu estarei lá
Eu estarei lá

Escolherias água em vez de vinho?
Segurarias o volante e conduzirias?

O que quer que o amanhã traga, estarei lá
Com os braços abertos e os olhos abertos, sim.
O que quer que o amanhã traga, eu estarei lá
Eu estarei lá

domingo, abril 01, 2012

Adormecido

No cenário da tua vida
Aclamas noites alucinantes
De gentes estonteantes
Que são tanto como tu

No teatro do teu olhar
Há quem note que ha coragem
Não passa de uma miragem
Com preguiça de gritar

No repetir do teu mostrar
Inventas-te uma história
Que em ti não há memória
Porque sabes que não é tua...

Continuas a ensaiar
A conveniência do sorriso
O planear do improviso
Que te faz sentir maior

No artifício dos teus gestos
Pensas abraçar o mundo
Quando nem por um segundo
Te abraças a ti mesmo

E assim vais vivendo
E assim andando aí
E assim perdendo em ti
Tudo aquilo que nunca foste...

Quando um dia acordares
Numa noite sem mentira
E te vires onde não estás
Vais querer voltar para trás.

quinta-feira, fevereiro 16, 2012

Das Profecias aos dias de hoje

O meu tema do texto de hoje é algo diferente do que costumo postar mas é no entanto algo que convive de muito perto comigo. Desde há alguns anos procuro pensar e descobrir o que é realmente para mim a vida e que significado tem estarmos nesta realidade tão difícil de compreender e explicar.
Em última instância, esta explicação é dada pela religião que no meu caso representou um crescimento a acompanhar o catolicismo que se baseia nas escrituras bíblicas. Como é de conhecimento geral, esta religião é a principal orientação do mundo ocidental, representa em muitos casos a luz e a salvação para uma vida cheia de dificuldades.
Sou inegavelmente um ser espiritual mas que não se confunda isto com religião. Hoje apresento-me contra a igreja e tudo o que ela representa e é algo fundamentado.
Em 1537, Nicolau Copérnico, físico e matemático polaco, apresentou a sua teoria Heliocêntrica que desenvolveu e estudou durante cerca de 30 anos e onde afirmava que o Sol era o centro do Universo (ao que era conhecido na altura). Obviamente este resultado representou uma ameaça para a igreja que sempre defendera que a Terra, criação divina, não mereceria menos que o lugar central em tudo o que existe. Visto isto, Copérnico foi "convidado" a rever os seus estudos sob a ameaça de ser punido violentamente.
Em 1630 outro ilustre físico, Galileu Galilei reviu os estudos de Copérnico e provou matematicamente no livro Dialogo sopra i due massimi sistemi del mondo, que Copérnico estava certo e que o Sol era de facto o centro do Universo conhecido até então. Tal como fez com Copérnico, Galileu foi convidado a rever a sua teoria pelo clero da altura, convite que foi recusado pelo mesmo e lhe valeu a condenação à morte por heresia. Em 1997, mais de 360 anos depois, após o inicio do estudo da mecânica quântica, da teoria da relatividade de Einstein, da viagem do Homem a Lua e todos os grandes feitos científicos, a igreja admitiu que Galileu foi injustamente acusado. Este atraso é o espelho da mentalidade atrasada e retrograda da igreja como instituição. A mesma igreja que se veste de ouro enquanto milhões passam fome e que critica o uso do preservativo como método contraceptivo.
Mais ainda há a dizer, sobre o livro que funciona como linha condutora de toda esta fé cega. Primeiro é notório que a sua escrita está mais próximo da fantasia que da realidade e segundo a sua interpretação devera ser algo subjectivo e não verdades absolutas que devem ser seguidas à risca. Veja-se o exemplo de como a bíblia analisa a ressurreição. A maioria das pessoas não sabe que a bíblia foi editada centenas de vezes até ter a forma da actualidade, onde reis e papas a reescreveram para que servisse os seus propósitos mais obscuros. Veja-se o caso do imperador bizantino Justiniano (483-565 DC) que incentivado pela sua mulher Teodora, removeu qualquer referência original à ressurreição e à alma admitindo que após a morte, apenas o descanso eterno existe (longe do afirmado pelas originais profecias de Cristo). Este é apenas um exemplo que os pilares da Igreja como instituição são obscuros, não originais e fantasiosos conduzindo os seus crentes em massa através do medo e utilizando ferramentas criadas ao seu belo prazer.
Mais uma vez não confundamos as leis dos homens com as do Universo (ou Deus se assim lhe quiserem chamar) porque nessas acredito inteiramente.

Cumps

AMC


sexta-feira, fevereiro 03, 2012

O nosso lado primitivo

Numa jaula, foram postos 5 macacos, uma escada e um cacho de bananas pendurado. Naturalmente, um dos macacos aprendeu a subir a escada e alcançar as bananas com as quais fez um farto banquete. Sempre que um macaco subia ao topo da escada para alcançar a comida, era activado um jacto de água fria sobre os outros macacos como forma de os punir devido ao outro macaco as ter alcançado. Assim, instintivamente, sempre que um animal tentava subir as escadas, era prontamente esmurrado e violentado a fim de se evitar a água fria pelos restantes macacos sendo que passado alguns dias, mais nenhum se atreveria a subir. Após algum tempo, retirou-se um macaco e substituiu-se por outro que naturalmente quis trepar pelas bananas. Contudo, sabendo os outros macacos que seriam punidos, bateram prontamente no novato sem este poder subir pelo fruto. As trocas foram feitas sequencialmente até que no final, o grupo ja tinha sido todo renovado e no entanto sempre que um dos macacos tentava subir as escadas, continuava a ser violentado. Mesmo sem nunca nenhum deles ter levado um banho de água fria, se eles pudessem falar diriam "sempre foi assim por aqui".
Achei esta lição demasiado valiosa para que fique apenas comigo. Recomendo-te a não te deixares levar pelos medos da sociedade, pelos padrões com dois pesos e duas medidas e acima de tudo, a não julgares demasiado depressa! Não te oponhas nem suportes causas e opiniões sem antes saberes de facto o seu fundamento!

Cheers!

AMC

quarta-feira, fevereiro 01, 2012

Numa vertigem pseudo-psicadélica

O destino está dentro de nós, mas não está ao nosso alcance. Temos o Universo dentro de nós, em cada célula, em cada átomo. Temos que superar a barreira do palpável e almejar por algo que nos liberte da nossa prisão mundana. A verdadeira liberdade reside no plano do meta-ser, ou melhor, do verdadeiro ser. Porque esse é aquele que surge quando corpo e mente são indistinguíveis.
O ser humano só vai poder aperceber-se da verdadeira essência dos eu ser quando se livrar do estigma do determinismo vigente. E no final do túnel tudo se resume ao conceito do Amor Cósmico... patente em cada perfeita combinação da Natureza, em cada colisão de partículas, em cada flor que floresce, em cada ave que voa, em cada onda do mar, em cada olhar, em cada lágrima, em cada desejo, em cada beijo... Porque tudo é tão simples e belo, e por isso mesmo, tão misterioso...



Saudações,

The Rover

segunda-feira, janeiro 30, 2012

"I guess this song is about the idea of destiny, or the idea of wish of destiny, the dramatic idea of big love, the one that goes through many chapters before it comes back to zero."


 

sexta-feira, janeiro 27, 2012

As memórias

Estando longe da família e dos amigos, passamos a dar o verdadeiro valor a todos os detalhes do dia-a-dia que antes tomávamos como banais; detalhes que nos ligam a eles e que deles nos recordam. Crescemos, e o nível de introspecção aumenta e, por vezes, parece abrir-se um canal de comunicação entre nós e a pessoa de quem nos lembramos. E a energia que flui nesses canais são memórias...!

As memórias são jóias com um poder enorme, o poder da mente. E eu sou um poço de memórias, onde constantemente as vou buscar, num suave chocalhar de águas no balde, para delas beber um trago saboroso, gostosamente doloroso e distante... mas sempre com a frescura da primeira vez em que foram vividas. As memórias e os sentimentos que elas trazem são a perfeita união entre a mente e o coração. Se as saborearmos em paz elas mostram a súmula de tudo aquilo que somos.


Saudações,

The Rover


terça-feira, janeiro 24, 2012

Vivo na ilusão, na rapidez e na azafama do dia. Vou rio abaixo pela corrente e quero parar na margem por um momento...não consigo. Preciso parar para retomar o fôlego e reencontrar-me. A corrente levou tanto de mim que já não sei que sou. Quero estabelecer laços, criar afectos e pontes com outras almas mas não o conseguirei enquanto não o fizer comigo mesmo. Quero conhecer-me, contactar-me superar-me.
Mas para já, continuo a nadar.

quinta-feira, janeiro 19, 2012

Ás vezes o tempo encarrega-se de erguer muralhas no nosso coração, na nossa mente, à nossa volta. Ás vezes apetece guardar tudo cá dentro até explodir. E vamos guardando, recolhendo as pedras do caminho, tirando as setas do alvo, coleccionando chaves de portas que fechamos com o tempo, enterrando fantasmas que por vezes assombram. Torna-se complicado pôr de lado o que no fundo faz parte de nós mesmos e torna-se complicado também partilhar, poucos têm a capacidade de encaixe, compreender é duro.
Torna-se complicado às vezes estarmos a dar muito de nós que embora com esforço sai de bom agrado. Torna-se decepcionante estarmos no limite e ainda assim não sermos o suficiente.

segunda-feira, janeiro 16, 2012

Uma quase premonição

Em 1920, W. B. Yeates escreveu este poema, intitulado "The Second Coming".
Parece quase premonitório nos tempos que correm... Talvez bastasse substituir "second" por "third" e poder-se-ia dizer ter sido escrito nos tempos que correm.


"Turning and turning in the widening gyre
The falcon cannot hear the falconer;
Things fall apart; the centre cannot hold;
Mere anarchy is loosed upon the world,
The blood-dimmed tide is loosed, and everywhere
The ceremony of innocence is drowned;
The best lack all conviction, while the worst
Are full of passionate intensity.
Surely some revelation is at hand;
Surely the Second Coming is at hand.
The Second Coming! Hardly are those words out
When a vast image out of Spiritus Mundi
Troubles my sight: somewhere in the sands of the desert
A shape with lion body and the head of a man,
A gaze blank and pitiless as the sun,
Is moving its slow thighs, while all about it
Reel shadows of the indignant desert birds.
The darkness drops again; but now I know
That twenty centuries of stony sleep
were vexed to nightmare by a rocking cradle,
And what rough beast, its hour come round at last,
Slouches towards Bethlehem to be born?"


Recolhido por,
The Rover

segunda-feira, janeiro 09, 2012

Uma linha ténue

Começo por agradecer ao meu camarada Alex por me convidar para co-autoria deste blogue, que ele tão bem tem alimentado.

Inicio a minha actividade com uma espécie de repto à última entrada do Alex, pois não é de todo uma temática consensual e não pude de deixar de ficar a pensar nela (que é também um dos grandes objectivos destas publicações).

Numa relação amorosa entre duas pessoas há um constante paradoxo. Por um lado, e citando o Alex, "o máximo possível pra entrarmos na vida de quem realmente gostamos" ou "fazer tudo por tudo para vivermos momentos que fiquem eternamente gravados na memória, conquistar todos os dias quem realmente estimamos", sempre para o bem da relação, correndo o risco de nos esvairmos de individualidade. Por outro lado, nunca perder o fito do bem estar pessoal, sem o qual nenhuma relação pode resultar, pois se não estamos bem nós próprios, então não estamos bem com nada nem ninguém à nossa volta.
Esta contradição leva-nos, em última análise, à velha problemática do "sentido da vida". Uma relação amorosa não deve ser como um serviço de voluntariado, em que o altruísmo é o valor máximo, caso contrário deixa de ser uma relação amorosa (por definição). É, antes, dar e receber, e é necessário estabelecer uma fronteira muito ténue, por vezes muito difícil de discernir, mas crucial, entre o indivíduo e o casal. Quando finalmente se consegue estabelecer essa fronteira atinge-se um equilíbrio que faz dessa linha ténue uma porta de sólida construção, com dobradiças perfeitamente oleadas.
Nada é linear nas relações, por isso são desafios de uma vida. Por isso é que são tão contraditórias. São a riqueza suprema da essência do ser humano, em que o homem e a mulher atingem a sua plenitude. Por isso devem ser vividas em partilha absoluta. Mas também por tudo isto não se deve passar a vida em busca da linearidade inexistente.
Talvez o sentido da vida seja alcançarmos um melhor conhecimento de nós mesmos, para podermos compreender melhor os outros e o mundo à nossa volta, para, no final, conseguirmos estabelecer a tal linha ténue.