segunda-feira, janeiro 30, 2012

"I guess this song is about the idea of destiny, or the idea of wish of destiny, the dramatic idea of big love, the one that goes through many chapters before it comes back to zero."


 

sexta-feira, janeiro 27, 2012

As memórias

Estando longe da família e dos amigos, passamos a dar o verdadeiro valor a todos os detalhes do dia-a-dia que antes tomávamos como banais; detalhes que nos ligam a eles e que deles nos recordam. Crescemos, e o nível de introspecção aumenta e, por vezes, parece abrir-se um canal de comunicação entre nós e a pessoa de quem nos lembramos. E a energia que flui nesses canais são memórias...!

As memórias são jóias com um poder enorme, o poder da mente. E eu sou um poço de memórias, onde constantemente as vou buscar, num suave chocalhar de águas no balde, para delas beber um trago saboroso, gostosamente doloroso e distante... mas sempre com a frescura da primeira vez em que foram vividas. As memórias e os sentimentos que elas trazem são a perfeita união entre a mente e o coração. Se as saborearmos em paz elas mostram a súmula de tudo aquilo que somos.


Saudações,

The Rover


terça-feira, janeiro 24, 2012

Vivo na ilusão, na rapidez e na azafama do dia. Vou rio abaixo pela corrente e quero parar na margem por um momento...não consigo. Preciso parar para retomar o fôlego e reencontrar-me. A corrente levou tanto de mim que já não sei que sou. Quero estabelecer laços, criar afectos e pontes com outras almas mas não o conseguirei enquanto não o fizer comigo mesmo. Quero conhecer-me, contactar-me superar-me.
Mas para já, continuo a nadar.

quinta-feira, janeiro 19, 2012

Ás vezes o tempo encarrega-se de erguer muralhas no nosso coração, na nossa mente, à nossa volta. Ás vezes apetece guardar tudo cá dentro até explodir. E vamos guardando, recolhendo as pedras do caminho, tirando as setas do alvo, coleccionando chaves de portas que fechamos com o tempo, enterrando fantasmas que por vezes assombram. Torna-se complicado pôr de lado o que no fundo faz parte de nós mesmos e torna-se complicado também partilhar, poucos têm a capacidade de encaixe, compreender é duro.
Torna-se complicado às vezes estarmos a dar muito de nós que embora com esforço sai de bom agrado. Torna-se decepcionante estarmos no limite e ainda assim não sermos o suficiente.

segunda-feira, janeiro 16, 2012

Uma quase premonição

Em 1920, W. B. Yeates escreveu este poema, intitulado "The Second Coming".
Parece quase premonitório nos tempos que correm... Talvez bastasse substituir "second" por "third" e poder-se-ia dizer ter sido escrito nos tempos que correm.


"Turning and turning in the widening gyre
The falcon cannot hear the falconer;
Things fall apart; the centre cannot hold;
Mere anarchy is loosed upon the world,
The blood-dimmed tide is loosed, and everywhere
The ceremony of innocence is drowned;
The best lack all conviction, while the worst
Are full of passionate intensity.
Surely some revelation is at hand;
Surely the Second Coming is at hand.
The Second Coming! Hardly are those words out
When a vast image out of Spiritus Mundi
Troubles my sight: somewhere in the sands of the desert
A shape with lion body and the head of a man,
A gaze blank and pitiless as the sun,
Is moving its slow thighs, while all about it
Reel shadows of the indignant desert birds.
The darkness drops again; but now I know
That twenty centuries of stony sleep
were vexed to nightmare by a rocking cradle,
And what rough beast, its hour come round at last,
Slouches towards Bethlehem to be born?"


Recolhido por,
The Rover

segunda-feira, janeiro 09, 2012

Uma linha ténue

Começo por agradecer ao meu camarada Alex por me convidar para co-autoria deste blogue, que ele tão bem tem alimentado.

Inicio a minha actividade com uma espécie de repto à última entrada do Alex, pois não é de todo uma temática consensual e não pude de deixar de ficar a pensar nela (que é também um dos grandes objectivos destas publicações).

Numa relação amorosa entre duas pessoas há um constante paradoxo. Por um lado, e citando o Alex, "o máximo possível pra entrarmos na vida de quem realmente gostamos" ou "fazer tudo por tudo para vivermos momentos que fiquem eternamente gravados na memória, conquistar todos os dias quem realmente estimamos", sempre para o bem da relação, correndo o risco de nos esvairmos de individualidade. Por outro lado, nunca perder o fito do bem estar pessoal, sem o qual nenhuma relação pode resultar, pois se não estamos bem nós próprios, então não estamos bem com nada nem ninguém à nossa volta.
Esta contradição leva-nos, em última análise, à velha problemática do "sentido da vida". Uma relação amorosa não deve ser como um serviço de voluntariado, em que o altruísmo é o valor máximo, caso contrário deixa de ser uma relação amorosa (por definição). É, antes, dar e receber, e é necessário estabelecer uma fronteira muito ténue, por vezes muito difícil de discernir, mas crucial, entre o indivíduo e o casal. Quando finalmente se consegue estabelecer essa fronteira atinge-se um equilíbrio que faz dessa linha ténue uma porta de sólida construção, com dobradiças perfeitamente oleadas.
Nada é linear nas relações, por isso são desafios de uma vida. Por isso é que são tão contraditórias. São a riqueza suprema da essência do ser humano, em que o homem e a mulher atingem a sua plenitude. Por isso devem ser vividas em partilha absoluta. Mas também por tudo isto não se deve passar a vida em busca da linearidade inexistente.
Talvez o sentido da vida seja alcançarmos um melhor conhecimento de nós mesmos, para podermos compreender melhor os outros e o mundo à nossa volta, para, no final, conseguirmos estabelecer a tal linha ténue.