domingo, fevereiro 27, 2011

Writing a Masterpiece - Capítulo 2

Egoismo e Superficialismo

Sabes aquelas alturas em que parece que nem há vontade para sair da cama, aquelas alturas em que te estendes por entre os lençóis porque simplesmente sabes o que acontece quando saires. Sabes que vais sentir o desconforto e a agressão do mundo. No entanto, a tua resposta está tambem do lado de fora, tens que passar o perimetro para lá da fronteira, para o desconhecido, para o "talvez sera", para o incerto.
 A maior parte das vezes a resposta nem esta em nós mas em quem nos rodeia. Muitas vezes a profundidade do abismo que parece ser infinito à nossa frente é drasticamente reduzida por outro ponto de vista. Se vemos dificuldade em algo, o tamanho do obstaculo apenas será aumentado pelos nossos receios e há que por vezes saber por um travão à racionalidade.
Com tudo isto o que quero dizer é que a solução raramente é única e raramente está fixa a apenas uma visão, a um ponto de vista. É preciso termos a humildade e o discernimento para nos projectarmos para fora de nós mesmos, vermos o quadro na sua totalidade e acreditarmos em quem nos rodeia de coração.
Se pensas que a vida e o mundo se regem pelo tua forma de pensar, se pensas que tu e os teus desejos são o centro de toda a translação do universo pois não podias estar mais enganado(a)...
Salta cá para fora e serás livre.


sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Writing a Masterpiece - Capítulo 1

Contradição

Pudesse eu explicar o conflito que sinto. Mais! Pudesse eu solucioná-lo, eliminá-lo, queimá-lo e seria feliz.
Pudesse eu forjar a chave que abre o baú das emoções, baú envolto por corrente apertada, aperto que esgana, aperto que cega, aperto que me leva a razão, a ideia e a lógica. Pudesse eu a ferro e fogo aliviar a tensão que deixa marca e cicatriz para sempre.
A caminhada fez-se, faz-se e far-se-á solitária. Como qualquer solidão, entregue ao meu próprio navegar, ao sabor do meu vento. Por vezes tempestade que estremece e dá medo, medo que me faz duvidar do rumo, me desorienta e magnetiza a minha bússula para um Norte diferente, um Norte errado. Solidão distancia-me. Solidão faz me conhecedor de mim mesmo e cada vez mais um ignorante dos outros. Não estou na vanguarda nem na retaguarda de nada e muito menos caminho no mesmo trilho. Ando ao lado, por um caminho paralelo apenas vagamente cruzado com a corrente principal por ligeiras idas e voltas necessárias. Estou presente em mim mas também presente em quem tem que ser. Percebo pouco de muitos, mas de alguns ainda percebo bastante e do meu caminho estou sempre atento à vossa caminhada. Vagas de raiva enjoam-me desta solidão, desejam voltar a sentir o que ficou alguma vez perdido no tempo. A sensação quente e cheia do amor, o jardim todo plantado de felicidade, sorrisos que voam só porque sim, um pensar a dois, dois caminhos que se unem em vez do pequeno trilho solitário. É provavelmente a melhor sensação do mundo, o sabor que raramente se prova e me deixou na ânsia de mais. É entender agora que pouco mais no mundo pode equiparar-se, poucos quereres e desejos pessoais (solitários) o podem dar.
É uma contradição? É! A cicatriz esta lá, deixou marca e prendeu-me os pés. Dar o salto no escuro, abrir a porta ao desconhecido é impossivel. Estragas-te a fechadura e já nem eu a sei abrir. Foste embora e levaste a chave forjada por nós. As forças esgotam-se e de quando em vez ainda abro a janela mas a decepção invade e rasga não me deixa avançar. Por isso continuo a caminhar comigo mesmo, a lidar com o desamparo com a falta de bengala, com a falta daquela luz que cega de alegria por dentro.
Farto da solidão.
Farto da companhia errada.