segunda-feira, março 08, 2010

(Costas) Volta(das)

Quando o nosso amor nasceu, vi-o a correr muito depressa debaixo dos meus olhos e quis ir atrás dele. Perdi o meu tempo porque não percebi que era o único que o seguia. Não te vi parada, do outro lado da margem, que se ia cavando cada vez mais larga e funda, impotente ao caudal, assustada com a minha determinação, tu que só somas certezas depois de se dissiparem todas as dúvidas e que preferes sempre não acreditar em ti e nos outros, até que o tempo e a sorte te vençam.

Eramos o avesso um do outro. Quando duvidavas, paravas e eu seguia em frente. Quando tinhas medo, eu tinha vontade; quando sonhavas, eu pegava nos teus sonhos e tornava-os realidade; quando te entristecias, fechavas-te numa concha e eu chorava para o mundo; quando não sabias o que querias, esperavas e eu escolhia; quando alguém te empurrava, tu fugias e eu deixava-me ir.
Porque eu dizia que morria por ti e que num ápice suspirava pela ultima vez para te continuar a ver florescer. A única coisa que tínhamos em comum, é que ambos pensávamos só em ti!

Dóis-me!